Cinco cidades do interior do Amazonas decretaram situação de emergência. A cheia dos rios da região isolou populações ribeirinhas. A água invadiu a floresta. Afluentes do Solimões, como os rios Juruá e Javari, transbordaram e deixaram muitos desalojados em Benjamin Constant.
Na cidade vizinha, em Eirunepé, que fica a mais de 1,2 mil quilômetros de Manaus, três mil famílias foram atingidas. Muitas estão isoladas, pescam no próprio quintal e usam a água da cheia para lavar roupa e tomar banho.
Os moradores se esforçam para salvar alguns móveis, mas não foi possível evitar a destruição do lado de fora: “Era muita coisa. Bananeira, jambos. Com a cheia caiu tudo, está só a camada no chão”, conta um agricultor.
Para ter acesso as casas dos ribeirinhos agora, só de canoa. Dona Maria Conceição conta outra grande preocupação que os ribeirinhos têm nessa época de cheia: “É o medo dos meninos caírem na água, morrer afogado, e ninguém ver quando eles caírem. No ano passado, esse aqui caiu e quase que eu não pego ele. Graças a Deus eu peguei ele”, conta a dona de casa.
Por causa dos alagamentos, o ano letivo ainda não começou para quatro mil estudantes. As famílias dizem que a única alternativa é esperar. “Essa pontezinha aqui é pra gente ir de uma casa para outra. Nós estamos esperando a vazante, para a gente ficar melhor”, diz outro ribeirinho.
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