quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Manjericão



 

Descrição e características
O manjericão (Ocimum basilicum L., Lamiaceae) é considerada uma planta perene, mas em condições de cortes sucessivos, a espécie apresenta boas produtividades até o segundo ano de cultivo. A senescência da parte aérea é mais rápida em situação de fertilizações pouco freqüentes, baixa disponibilidade hídrica e baixas temperaturas durante o inverno.
As diferentes espécies ou variedades de manjericão podem ser classificadas em função do aroma: doce, limão, cinamato ou canela, cânfora, anis e cravo e também a partir de características morfológicas da planta como: porte, formato da copa, tamanho e coloração da folhagem. O manjericão de cor verde é o mais conhecido, sendo as espécies com folhas avermelhadas mais raras e mais aromáticas.

“Manjericão doce”
Utilização
No Brasil, o manjericão é cultivado principalmente por pequenos produtores para a comercialização de suas folhas verdes e aromáticas, usadas frescas ou secas como aromatizante ou como condimento.
Além do uso in natura o manjericão é muito utilizado para a obtenção de óleo essencial, importante na indústria de perfumaria e na aromatização de alimentos e bebidas. O óleo essencial de manjericão apresenta também propriedades inseticidas e repelentes. Na região do Mediterrâneo a erva é plantada em beirais das janelas para repelir mosquitos e moscas domésticas.
Na medicina popular, as suas folhas e flores são utilizadas no preparo de chás por suas propriedades tônicas e digestivas, sendo frequentemente utilizadas no tratamento de enjôos, vômitos e dores de estômago. São indicados ainda para problemas respiratórios e reumáticos.
É também usado na culinária popular, em saladas, recheio, molhos, sopas, sendo o principal ingrediente do pesto, um molho típico italiano.
Cultivo
O cultivo do manjericão em grandes áreas para a extração de óleo essencial ou para produção de folhas desidratadas para os mercados de plantas condimentares ou medicinais requer uma análise do solo onde será instalada a cultura. Um Engenheiro Agrônomo poderá interpretá-la e indicar as correções de solo e fertilizações necessárias, assim como, orientar futuras práticas culturais como preparo de solo, manejo e colheita.
Formação de mudas - as mudas podem ser formadas a partir de sementes ou estacas herbáceas de ponteiros de plantas matrizes selecionadas pelo vigor e sanidade. A propagação é feita em bandejas de isopor de 200 células ou em tubetes com substrato comercial, mantidas em viveiro de produção de mudas com sistema de irrigação automatizado.

Formação de mudas de manjericão em sistema de tubetes.
Plantio - o plantio das mudas deve ser feito em setembro, no início da primavera, logo após as primeiras chuvas. Algumas variedades são sensíveis a doenças foliares e do sistema radicular e não se adaptam bem em locais de clima frio.
Espaçamento – A densidade de plantas por hectare pode variar em função do sistema de cultivo adotado. Para cultivos caseiros ou em pequenas áreas, o espaçamento recomendado é de 0,6 m entre linhas e 0,4 m entre plantas. Cultivos intensivos com colheita mecânica requerem espaçamentos adequados ao tráfego de máquinas. Informações mais detalhadas devem ser obtidas com técnicos especialistas.
Manejo - É exigente em água e tratos culturais, necessitando fertilizações freqüentes quando se deseja cortes sucessivos da planta. Nesse caso, capinas, controle de doenças, fertilizações com nitrogênio e potássio em cobertura, e aplicações de compostos orgânicos são fundamentais.
Fertilizações – Costuma-se fazer aplicações de 5 kg m-2 de esterco de curral curtido em lavouras comerciais.
Colheita - o primeiro corte é feito 3 meses após o plantio das mudas no campo, devendo ser realizado a 40 cm do nível do solo para que a planta não morra e tenha rápida resposta na produção de novos ramos. Os próximos cortes devem ser realizados a cada 50 a 60 dias, ou quando as copas estiverem se encontrando, para evitar que as folhas na parte de baixo caiam com a pouca luminosidade. O intervalo entre os cortes pode variar com a época do ano, sendo que no inverno a taxa de crescimento das plantas reduz drasticamente, mesmo com sistema de irrigação instalado. As flores são fontes de néctar para abelhas melíferas, não sendo recomendo tirá-las.
Em plantas submetidas à cortes muito intensos, pode haver alta taxa de mortalidade, reduzindo a longevidade da cultura para no máximo um ano de cultivo, principalmente quando a altura do corte é menor do que 40 cm, reduzindo drasticamente a capacidade de rebrota da planta.
A produção média de massa seca da parte aérea total acumulada em um ano de cultivo (somatório de ramos secos mais folhas secas) gira em torno de 3 t ha-1 (15 t ha-1 de massa fresca por ano), sendo 1,5 t ha-1 de folhas secas, mas pode alcançar até 33 t ha-1 de massa seca da parte aérea total (165 t ha-1 de massa fresca por ano), sendo 15 t ha-1 de folhas secas.
Extração de óleoA extração do óleo essencial de manjericão é feita normalmente pelo processo de destilação (arraste de vapor), tendo como principal componente o linalol. O rendimento de óleo na massa fresca total da planta (folhas mais ramos) está ao redor de 0,3 a 0,58%.
Pequenas quantidades de mudas podem ser adquiridas em supermercados ou viveiristas, enquanto sementes podem ser compradas em lojas de produtos agropecuários. Consultar o Departamento de Plantas Aromáticas e Medicinais do Centro de Horticultura do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas (SP) para aquisição de grandes quantidades de sementes e mudas ou obtenção de informações adicionais sobre a cultura.

Área de cultivo para a extração de óleo essencial, antes do corte.

Área de cultivo para a extração de óleo essencial, após o corte.

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